quinta-feira, 28 de abril de 2011

Presentes do inverno para a modéstia

Logo no início desta semana, pudemos perceber que o frio já está chegando de fato. Apesar de muitos não apreciarem as baixas temperaturas, o outono e o inverno têm sim suas vantagens. Não, não é nossa prioridade seguir as últimas tendências da moda. Mas sim aproveitar aquelas que são úteis para garantir a modéstia no vestir, o que é extremamente difícil hoje. Apesar da moda dos microshorts ainda estar com força total, uma gama de outros acessórios e peças de roupa modestas tornam-se mais fáceis de serem encontrados pelas lojas durante as estações mais frias. 

Quem falou que quem usa saia passa frio???
As meias calças, por exemplo, aumentam sua oferta de cores, modelos e materiais. E para quem usa saias, escolher o tipo de meia correto é essencial para ter a garantia de estar suficientemente aquecida, ou para não "derreter" com uma meia mais grossa do que o necessário. Para não errar, é importante olhar o número do fio da meia, indicado na embalagem. Quanto maior o número, mais grossa e "quentinha" será a meia. Claro que há as que preferem vestir as de fio 80 ao primeiro ventinho, e as que usam fio 15 até mesmo naquelas manhãs geladas, sem reclamar. Mas, para se ter uma ideia geral, dou uma sugestão para a escolha da meia em determinada temperatura.
Meias da marca Lupo

Para os dias de temperatura amena, de uns 20°C, mais ou menos, as meias finas de fio 15 podem ser suficiente. Se o frio aumentar, é hora de apelar para as de fio 40, mais encorpadas. Agora quando a temperatura se aproxima dos 10°C, aí o melhor é vestir as que tem fio entre 60 e 80, a de maior número. As peças que possuem fios mais grossos que isso são consideradas calças legging

Outra maravilha que será mais fácil de encontrar nas lojas neste inverno será a saia longa, ou maxi saia. O blog de tendências da Renner, por exemplo, afirma o sucesso desse modelo para a estação e ainda dá dicas de como usá-la: com camisas soltas, ou dentro da saia; com cinto marcando a cintura alta; com as ankle boots (as botinhas de tornozelo), ou com botas de cano médio. Porém, deve-se tomar cuidado com as feitas de malha, que costumam desenhar o corpo e acabar com a vantagem da saia longa para a modéstia. 

Longa e lenço em um visual bem 60´s
Mas o mais versátil e fácil de encontrar nesta época são os lenços, que invadiram desde as grandes lojas até as barraquinhas de camelôs nas ruas. Com uma variedade imensa de tecidos e jeitos de usá-los (no pescoço, no cabelo, na cintura, na bolsa e até como substituto do véu na hora da missa), esses acessórios dão um charme especial às composições. O look da "em-menos-de-sete-horas-de-acordo-com-a-publicação-deste-post" princesa Kate Middleton é um exemplo disso. 

Aclamado por nobres e plebeus
Blusa e lenço coloridos, para quebrar a sobriedade do preto

Outras sugestões bem femininas

Quer aprender algumas formas de amarrar os diferentes tipos de lenços ao pescoço? Os vídeos a seguir são rápidos e ensinam passo a passo como usá-los. Espero que gostem! 


 Dicas por Ester Scotti, do blog Glamour de Garagem 
 



quarta-feira, 20 de abril de 2011

Semana Santa 2011 - Priorado Beato Padre Anchieta - São Paulo

Com a graça de Deus, espero que alcancemos grandes frutos para nossa santificação ao término desta Semana Santa. 
  

Desejo a todos uma feliz Páscoa!







O priorado Beato Padre Anchieta fica na Rua Maurício Francisco Klabin, 223, Vila Mariana, São Paulo.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Sinestesia

É incrível como algumas sensações marcam determinadas cenas de nossas vidas. Os sentidos estão ligados à nossa memória e, através deles, podemos reviver certas lembranças. 

Há pessoas que são mais sensíveis a esses detalhes e têm facilidade para criar conexões entre diferentes planos sensoriais. Posso dizer que sou uma delas. Para mim, os gostos, os cheiros, os sons e as imagens  se confundem em minha cabeça e são sempre associados aos momentos da minha vida. Como é gostoso brincar com os sentidos!

O texto a seguir mostra bem isso, além de trazer a saudade de bons tempos. Ofereço-o ao meu querido, que também é sensível a essas impressões e ama as coisas simples e belas da vida. 


Recordações 

Estação Mogiana, 1890
Eu estava excitadíssimo, coisa própria de um menino que contava 10 anos.

A velha estação da Mogiana era fascinante. Suas paredes eram feitas de tijolos à vista, e os arcos de ferro fundido que sustentavam o teto exibiam o capricho que os Ingleses tiveram nas construções das nossas ferrovias.

O pátio de manobras abrigava diversas locomotivas a vapor e outro tanto de vagões de diversos tipos. Alguns transportavam gado, outros, mercadorias, e até havia alguns próprios para transportar a lenha utilizada pelas locomotivas carinhosamente chamadas de Maria Fumaça. Mas eram os vagões de passageiros que fascinavam. Pintados de vermelho, janelas com vidros enfeitados com arabescos, tudo limpo e bem arrumado, poltronas protegidas com capas brancas.

Aqui e ali, locomotivas faziam manobras empurrando, puxando, trocando vagões de lugar. Parecia uma brincadeira de crianças.

Minha vontade era de sair correndo e ver tudo de bem perto. Meu avô, sentado em um banco de madeira com pés de ferro, como sempre, estava calado. Seu silêncio, entretanto, falava mais do que se estivesse conversando. Um olhar era o bastante para eu entender que deveria ficar sentado e quieto.
Meu coração batia descompassado.

Dentro de algum tempo deveria chegar o trem que vinha de Campinas e com ele alguns parentes. Meus tios que estavam para chegar eram a personificação da bondade e carinho. Eu os adorava.
Observei meu avô: sério, compenetrado, tomando seu cachimbo preferido com gestos compassados e elegantes, colocou no seu fornilho uma lapada de tabaco.

Ao acender o fósforo e chegá-lo ao cachimbo um cheiro delicioso se espalhou pelo ar. Eu conhecia bem aquele perfume.
Muitas vezes, bem antes de eu chegar à sua casa, já de longe percebia aquele cheiro. Era claro que o meu avô estava em casa.

Ali na plataforma da estação, o cheiro das máquinas, dos vagões, de tudo enfim fazia coro com o cheiro do cachimbo do meu avô.

Acomodado no banco eu aguardava o sinal da campainha anunciando que o trem partia da última estação.
De repente, um sinal estridente anunciava que o trem estava para chegar.
Com o olhar fixo na curva, aguardando o monstro de ferro aparecer, soltando fumaça e vapor, eu não tinha como não perceber o cheiro do cachimbo.
Na minha mente ficaram impressas para sempre as emoções daquele momento. E com certeza a moldura dessas reminiscências foi o perfume do cachimbo.

Hoje, após mais de meio século, nas tardes em que eu preparo o meu fiel cachimbo para alguns minutos de reflexão e calma, o cheiro do tabaco queimando leva o meu pensamento àqueles momentos inesquecíveis. Está para sempre impresso na minha retina: meu velho avô com seu cachimbo. E essa imagem mágica toma força quando eu rendo silenciosamente a minha modesta homenagem... acendo um fósforo e respiro o perfume da saudade.


Nelson Lopes de Paula 

quinta-feira, 7 de abril de 2011

"Eu sei, mas não devia"

Rua Direita, São Paulo, no séc. XX
O carnaval passou e o ano definitivamente começou. Começamos a sentir o cansaço do dia a dia e voltamos a sonhar com as férias. Tenho estado muito cansada, durmo em qualquer lugar. Outro dia, um senhor fez a gentileza de me acordar no metrô, pois já estava na última estação e continuava cochilando encostada na janela. Mas não é algo que acontece somente comigo. É certo de que, ao entrar em um ônibus ou em um vagão de metrô, encontraremos alguém "caindo pelas tabelas", como diz minha mãe.

Também tenho ficado incomodada com muito barulho. Pessoas falando alto demais, "músicas" tocando alto em mp3 players,  buzinas e motores de veículos são constantes nas grandes cidades. O movimento frenético dos carros pelas avenidas de São Paulo também é de deixar qualquer ser humano desnorteado. Não são os carros que vivem correndo, mas as pessoas todas estão aceleradas, com pressa, sempre atrasadas. Cansadas...

 O nível de exigência no trabalho ou nos estudos é sempre crescente. O celular, o automóvel, a internet permitiram com que o chefe o encontre durante suas férias e lhe exija um relatório urgente para o dia seguinte, ou que um professor solicite uma pesquisa extensa em um prazo curto. Tudo instiga a competição, a agressividade, o egoísmo, o nervosismo. Não é de se impressionar o aumento do número de casos de depressão e outros distúrbios psíquicos, além de outras doenças, como as cardiovasculares. Não é "frescura" moderna. Dormimos mal, comemos mal, vivemos mal. As pessoas estão realmente sofrendo com isso. Até o ponto em que o corpo e a mente entrem em pane, dando um alerta, pedindo para diminuir o ritmo, pois eles não aguentam mais levar uma vida assim...

Não estamos vivendo, mas sobrevivendo, apenas. Nos acostumamos a passar pelo Rio Pinheiros exalando sua podridão, a caminhar entre a fumaça dos carros, a voltar pra casa depois do pôr do sol e a sair dela antes dele nascer, a jantar sozinho a comida do potinho da geladeira, a tomar remédio pra dor de cabeça toda semana, a andar em meio ao lixo das calçadas, a viver em meio ao feio e não buscar mais o belo, a viver sem a Verdade, sem Deus.

Há quanto tempo não nos dedicamos a uma boa leitura, passamos um momento de alegria entre os amigos, realizamos um passeio em família, saboreamos uma refeição com calma, ouvimos a uma música que gostamos ou até mesmo ao som da chuva, sem reclamar que ela vai atrapalhar o trânsito da cidade? 

São tantos afazeres que muitas vezes deixamos de rezar piedosamente, de meditar sobre os Mistérios da Cruz, de buscar os sacramentos, de dedicar um tempo apenas ao que realmente importa. Vamos sendo afastados de Deus e, portanto, da felicidade. Ora, mas que vida mais sem sentido é essa? Se estamos aqui com o único objetivo de sermos merecedores do Céu e da felicidade eterna, como podemos deixar ser tão distraídos de nosso principal fim??



Eu sei, mas não devia 


Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.

A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.

A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.

A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.


A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.

  Marina Colasanti (1972)
Parque da Juventude, São Paulo

sexta-feira, 1 de abril de 2011

De forma misteriosa

É extremamente curioso ver as diferentes formas que Deus usa para nos proporcionar consolações em meio ao mundo. Segue abaixo uma conversa por e-mail que tive essa semana, exemplo desses misteriosos planos divinos...

Minha interlocutora foi a Esther, leitora do blog, que já comentou algumas vezes por aqui. 








From: cintia
To: esther
Subject: Oi! SM!
Date: 28 Mar 2011 


Olá Esther, Salve Maria!

Gostaria da sua franca opinião sobre essa breve historinha minha...

Obrigada,
E.M.Cíntia =)

 Outro dia eu estava saindo do metrô Vila Madalena, quando vi uma moça que me chamou muito à atenção. Ela estava vestindo-se escandalosamente modesta, de saia e meia preta, pois estava frio, estava com um sapatinho igual ao meu e tinha um cabelo muito bonito, preso meio de lado, meio às pressas, mas não era relaxo. Era com beleza. Uma beleza daquelas que a gente fica feliz ao ver nas pessoas.

Que coisa intrigante. Como pode uma moça vestir-se assim a vista de todos nos dias de hoje? Ela não tinha vergonha? Ninguém se veste assim, isso é um absurdo. Só vejo algumas protestantes andando assim... Ai, será que ela é protestante?? Que triste seria isso. Uma moça tão linda, com aquela beleza que dava vontade de sorrir, jogada na lama? Que dó que me deu... Ai, mas será?? Mas, espere. Tem algo lindo nas mãos da moça... parece com algo que eu tenho...será mesmo? Eu vi direito?? Sim, tenho certeza. Só pode ser...É UM TERÇO!
 
Fiquei contentíssima. É tão difícil encontrar hoje alguém que reza o terço antes das 7 da manhã... A moça deveria ser bem orientada, para estar tão linda. Não era questão das roupas, nem mesmo do cabelo... Isso eram molduras. A beleza que me deixou feliz é aquela da alma que busca a Deus. Essa é aquela beleza que podemos perceber de pronto assim que conhecemos a pessoa.
Parece que um anjo me mostrou aquela alma só para me consolar, "Olha, tenha paciência. Vocês não estão sozinhas não..."

Tentei ver para qual direção ela seguia. Mas estava atrasada, rezei por ela, agradeci a Deus por essa consolação e segui meu caminho, desejando que nossas almas pudessem ser felizes juntas no Céu.
 
É muito improvável encontrar pessoas em metrôs. São muitas pessoas, muitos trens, muitos vagões.

Mas acontece.
 
Hoje, entrei no metrô e sentei ao lado de um rapaz que dormia. Peguei um livro da faculdade para ler. Duas estações depois, vi na plataforma algo que chamou pela minha atenção novamente. Não era apenas a saia azul fofa de florzinhas. Era aquela beleza da qual falei que me surpreendeu. E...espere! Será?? Não, isso é impossível. Seria muita coincidência. Não, pera...é sim!

Providência, eu diria.

Era a mesma mocinha que me encheu de alegria há algumas semanas, numa manhã como aquela. Bem, se não fosse aquela menina, então estaria brotando católicas fervorosas no Metropolitano de São Paulo, pois essa moça de hoje estava até rezando em pé! Sim, seus lábios murmuravam algo e seu semblante estava sério. E belo, daquela beleza. Aquela, sabe?
 
Descobri que ela embarcava no Sacomã.

Que curioso! Eu queria cutucar a menina, dizer "oi", falar que eu também era assim...diferente como ela, perguntar se ela já nasceu assim ou se ficou assim depois, e como foi isso... e tantas outras coisas que duas raparigas que se parecem gostariam de perguntar uma para outra.
 
É meio que como o golfinho que vê sua imagem no espelho e fica cutucando com o focinho para conhecer melhor aquele outro que lhe é semelhante.

E entre pernas, buchichos e campainhas do trem, minha mente entrou em um suave devaneio, misturando a menina bela, o golfinho e a sociolinguística em um breve sonho. Tão breve que durou só das Clínicas ao Sumaré, mas foi o suficiente para perder de vista a misteriosa menina. Desembarquei na Vila Madalena de todos os dias, convencida de que em breve poderia reencontrá-la.
 
Só não imaginei que fosse tãão breve.

Depois da primeira aula, fui com uma colega ao xerox, comprar umas folhas que precisarei para as aulas de amanhã. Meio desolada, pela "Semana da Mulher na Letras" e o demoníaco cartaz "Basta de rosarios en nuestros ovarios" que vi em um mural, caminhava pelos corredores de cabeça baixa. Nisso, vi um sapatinho meigo e uma saia fofinha...
 
Era a mesma saia fofinha azul com florzinhas que havia visto algumas horas antes.

Tive vontade de ir lá e contar toda essa história maluca pra ela. Mas eu aposto que iria assustá-la... "Oi, tudo bem? Meu nome é Fulana, vc não me conhece, mas eu já te vi no metrô umas duas vezes, gostei das suas roupas e sei até onde vc embarca. Nossa, tô super feliz de te ver aqui na Letras! "
Quem, em sã consciência, ficaria tranquila após uma doida aparecer na sua frente falando assim?? É por isso que sinto falta das cartas. Escrever é tão mais fácil, podemos explicar bem melhor, com calma, tintim por tintim...
 
Bem, pelo menos temos os e-mails... não é mesmo, Esther?

___________

From: esther
To: cintia
Subject: Re: Oi! SM!
Date: 29 Mar 2011 
  
Oi Cíntia, Salve Maria!

Eu achei uma incrível coincidência que essa menina que vc descreveu embarcar no metrô na mesma estação que eu embarco, ter vestido roupas com as quais eu me lembro ter vestido nesses dias... e ainda rezar o rosário no mesmo horário que eu! Talvez, realmente, estejam brotando católicas fervorosas no Metropolitano de São Paulo, nunca se sabe (:

Sabe o que é mais engraçado ? é que durante esses dias, ao mudar de uma sala para a outra, eu andava buscando por rostos que eu só tinha visto em fotos na internet pela faculdade, mas não achava...! E no entanto, parece-me que vc viu-me várias vezes! rs

Ohh, eu vi, este demoníaco "Basta de rosarios en nuestros ovarios". Eu estou há mais um ano lá, e ainda me escandalizo com essas coisas...! Simplesmente não consigo entender, nem mesmo ver, como as pessoas podem ignorar toda uma realidade espiritual de suas vidas, negar a existência de uma criança na barriga da mãe, de um anjo que as protege e que deseja levá-las a Deus, negar o amor de um Deus que se fez carne, morreu por elas... não posso entender como eles podem pensar que o "normal" é viver com um "vazio", é ter uma "náusea" da vida.

Que vida triste, meu Deus!

E em meio a toda essa miserabilidade, é uma verdadeira consolação ver, vez ou outra, um crucifixo que seja no pescoço de alguém, um escapulário, ver um sacerdote de batina, ou uma irmã de hábito! descobrir um Gustavo Corção ou uma poesia fervorosamente católica em meio aos erotismos e blasfêmias de outros poetas...estas pequenas coisas, são esses simples sinais de Deus...tenho certeza plena, de que o que me sustenta nesse meio, é Ele e minha Mãe, porque sem eles eu já tinha definhado há tempos...!
Em pensar que cada uma dessas pessoas da faculdade, do metrô, do bandejão... custaram o sangue de Nosso Senhor! É uma loucura!
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Mudemos um pouco de assunto (:

Como estão suas aulas ? Com que professores vc está ? Suas aulas do coral já começaram ?... porque está me devendo um almoço! ;D

Beijinhos!

Esther (:






Flos Carmeli, ora pro nobis!