terça-feira, 24 de maio de 2011

O Apóstolo de Roma

Aproxima-se a festa de um dos meus santos de devoção, meu querido São Felipe. Sua história é magnífica, mas pouco conhecida. Porém, ele é de grande importância para a Igreja. São Felipe possui uma missa inteirinha nos missais para sua festa, até mesmo com uma leitura e Evangelho próprios. 

São tantos os fatos extraordinários com que Deus ornou sua vida! Não consigo escolher o que mais me encanta, pois todos são de uma beleza única. Por isso, é com grande alegria no coração que reproduzo um texto da revista Catolicismo (maio/2009), o qual nos conta uma breve história de sua vida, deixando evidente sua alegria em servir a Deus em uma época tão conturbada como foi a que ele viveu. 

Viva São Felipe Neri! 

São Felipe Neri na consagração da Santa Missa (Joan Llimona, 1902)

 "A vida de São Felipe Néri abarca quase todo o século XVI, um dos mais turbulentos da Idade Moderna, época do Renascimento e da pseudo-reforma protestante. Nasceu em Florença no dia 21 de julho de 1515, numa família profundamente cristã. Seus membros haviam exercido cargos na magistratura da “cidade das flores”, por muitas gerações, o que lhes permitiu ocupar um lugar na nobreza toscana. Mas isso não dispensava o pai, Francisco Néri, de trabalhar arduamente como tabelião para sustentar a família. 
Felipe perdeu a mãe muito cedo, mas encontrou na madrasta uma digna sucessora que o amou como filho. O menino era tão amável, jovial e terno, que logo tornou-se conhecido como Pippo Buono, “o bom Felipinho”. Essa bondade de coração e amabilidade contagiantes, permeadas pela graça divina, seriam o grande segredo de suas conquistas no apostolado.
De sua infância resta-nos apenas um episódio: quando Pippo tinha por volta de oito anos, viu perto de sua casa uma mula carregada de frutas, que o proprietário trouxera para vender. Saltou para cima da montaria que, assustada, desequilibrou-se. Mula, carga e menino rolaram para o chão, indo para dentro de um paiol. Quando os pais e vizinhos acorreram, temendo o pior, encontraram Pippo ileso e sorrindo com a aventura.
Tendo estudado humanidades com os melhores professores da cidade, por volta dos 16 anos seu pai o enviou para São Germano, aos pés de Monte Cassino, para aprender a arte do comércio com seu tio Rômulo. Apesar de Felipe se dedicar com empenho ao negócio, suas cogitações estavam muito acima das mercadorias com que tratava. Logo se viu que ele não tinha senso comercial, mas divino. Apenas terminado o trabalho do dia, retirava-se para alguma igreja ou um dos oratórios abundantes na Itália. Servia-se também do emprego para fazer apostolado, perguntando aos fregueses se sabiam o Pai-Nosso ou se haviam feito a Páscoa. O tio comentava: “Felipe nunca será um bom comerciante. Eu deixaria a ele toda minha herança, se não fosse essa mania de rezar”. Para Felipe isso não era uma “mania”, mas necessidade. “Nada ajuda mais o homem do que a oração”, dirá mais tarde.
Por isso, quando fez 20 anos, deixou a casa do tio e, levado por um instinto sobrenatural, foi para Roma.
Santa alegria dos filhos de Deus
Na cidade eterna, estudou filosofia na universidade La Sapienza, e teologia na de Santo Agostinho, mantendo-se com aulas particulares.
Os que tratavam com ele ficavam admirados de sua sabedoria, profundidade de pensamento e vida santa. Nessa época ele já vivia a pão e água uma vez só por dia, dormia apenas algumas horas no chão duro, e passava parte da noite em oração. À noite costumava visitar as sete principais igrejas de Roma, retirando-se depois para a catacumba de São Sebastião. Seu exemplo atraiu muitos companheiros, que se juntaram a ele nesses santos exercícios.
A virtude resplandecia nele. Alguns diziam ver sua cabeça envolta em luz sobrenatural, quando rezava. Apesar de sempre sorridente e amável, sua modéstia e virginal pudor faziam-no ser respeitado até pelos mais dissolutos. Via-se sempre a alegria transparecer em seu rosto, e a doçura estava de tal modo em seus lábios, que era uma grande satisfação estar com ele.
O que é mais curioso é que São Felipe, nessa época, não pensava em fazer-se sacerdote. Julgava acertadamente que se pode servir a Deus e ao próximo muito bem, permanecendo leigo. Entrou para a Companhia do Divino Amor, irmandade cujo objetivo era atender espiritual e materialmente os pobres, os doentes, os órfãos e os encarcerados. No Hospital dos Incuráveis, cuidou dos enfermos até o fim de sua vida, e para lá enviaria os seus seguidores. Entre estes encontrava-se um que é considerado o maior compositor do século XVI, Giovanni Pierluigi da Palestrina, cujas músicas passaram a fazer parte do repertório dos seguidores de São Felipe. Pois a música desempenhava papel importante em seu apostolado.
Não contente com a visita a hospitais, São Felipe punha-se também a percorrer ruas e praças, falando às pessoas sobre a Religião e as coisas de Deus, da maneira mais comovedora e cativante. A um perguntava: “Então, meu irmão, quando é que começaremos a amar a Deus?”. A outro: “É hoje que nos decidimos a comportar-nos bem?”. Ele era sobretudo um apóstolo e um semeador da santa alegria dos filhos de Deus.
Chamado ao apostolado com a juventude
 São Felipe Néri se sentia chamado especialmente para cuidar da juventude. Para colocar os jovens em guarda contra as seduções da idade e conservar todo frescor da virtude, ele lhes dizia para se lembrarem sempre das palavras do profeta: “Bem-aventurado o homem que leva o jugo do Senhor desde sua adolescência”. Havia em sua voz e em suas maneiras tanto atrativo, que muitos, cedendo ao ascendente que Felipe tinha sobre eles, renunciavam às frivolidades do mundo e se entregavam inteiramente a Deus. Assim ele enviou a Santo Inácio, para sua recém-fundada Companhia de Jesus, muitos novos recrutas.
Os santos se atraem. São Felipe teve relações com todos os santos que viviam então na Cidade Eterna: São Carlos Borromeu, São Camilo de Lelis, Santo Inácio de Loyola e São Félix de Cantalício.
“São Carlos Borromeu tinha tanta estima e veneração por ele que, todas as vezes que o encontrava, prosternava-se diante dele e suplicava que o deixasse beijar suas mãos. Santo Inácio de Loyola não fazia menos caso de sua santidade, e via-se freqüentemente esses dois ilustres fundadores olharem-se sem nada dizer, na admiração mútua que tinham pela virtude que reconheciam um no outro”.  
A grande graça de Pentecostes
No dia de Pentecostes de 1545, quando suplicava ardentemente ao Divino Espírito Santo que lhe enviasse seus dons, viu de repente uma bola de fogo que lhe entrou boca adentro, descendo até o coração. Tal foi a veemência de amor de Deus que sentiu, que julgou que iria morrer. Caiu no chão, gritando: “Basta, Senhor, basta! Não resisto mais!”
O mais notável é que seu peito dilatou-se, mesmo fisicamente, na altura do coração. Isto foi constatado depois da morte pelo médico Andréa Cesalpino, que fez a autópsia: “Percebi que as costelas estavam rompidas naquele ponto, isto é, estavam separadas da cartilagem. Só dessa maneira era possível que o coração tivesse espaço suficiente para levantar-se e abaixar-se. Cheguei à conclusão de que se tratava de algo sobrenatural, de uma providência de Deus para que o coração, batendo tão fortemente como batia, não se machucasse contra as duras costelas”.
“Durante seus últimos dias como leigo, o apostolado de Felipe cresceu rapidamente. Em 1548, junto com seu confessor Persiano Rosa, fundou a Confraternidade da Santíssima Trindade para cuidar de peregrinos e convalescentes. Seus membros se reuniam para a Comunhão, oração e outros exercícios espirituais na igreja de São Salvador, e o próprio santo introduziu a exposição do Santíssimo Sacramento uma vez por mês. Embora ele ainda fosse leigo, fazia a pregação, e sabemos que numa só ocasião ele converteu trinta jovens dissolutos”.
Sacerdote do Altíssimo, dedicado ao confessionário
Quando Felipe tinha 36 anos, seu confessor Pe. Persiano ordenou-lhe, em nome de Deus, que se fizesse sacerdote. Depois de mais alguns estudos, ordenou-se, celebrando sua primeira missa no dia 23 de maio de 1551. Felipe entrou então para a comunidade de Presbíteros de São Jerônimo, que gozava merecida fama pelas virtudes de seus componentes. Estes, embora vivessem em comunidade e tivessem mesa em comum, não se obrigavam a nenhum voto. Este será o berço do Oratório de São Felipe Néri. 
Ouvindo contar as maravilhas operadas por São Francisco Xavier na Índia, São Felipe pensou muito em ir também para o Oriente. Dirigiu-se então ao santo religioso Agostinho Ghattino, muito favorecido por Deus, pedindo-lhe que consultasse o Senhor sobre esse seu projeto. A resposta divina foi: “Felipe não deve buscar as Índias, mas Roma, onde o destina Deus, assim como a seus filhos, para salvar almas”.
Como sacerdote, São Felipe dedicou-se especialmente ao confessionário, onde passava grande parte do dia.
Muitos de seus penitentes, levados pelo desejo de recolher a doutrina desse pai espiritual, passaram a ir diariamente visitá-lo. “Pouco a pouco os discípulos se tornaram tão numerosos, que foi preciso ter a reunião numa igreja; e por fim a concorrência cresceu tanto, que foi necessário distribuí-la em grupos, à frente dos quais o mestre punha um de seus discípulos mais capazes. Assim nasceu o instituto do Oratório, sem mais regras que os cânones, sem mais votos que os compromissos do batismo e da ordenação, sem mais vínculos que a caridade”.
Outra nota marcante na vida de São Felipe Néri foi seu amor pela Eucaristia. Era tão grande o fervor de sua caridade que, em vez de se recolher para celebrar a Missa, tinha que procurar deliberadamente uma distração, para ser capaz de prestar atenção depois no rito externo do Santo Sacrifício. [Observação minha: vale lembrar que, muitas vezes, São Felipe levitava durante a Consagração, como retratou o artista na imagem acima]
Como todos os santos, teve que enfrentar muitas calúnias. O próprio cardeal vigário de Roma, levado por um certo parti-pris e pelos rumores de que o santo mantinha assembléias perigosas e semeava novidades entre o povo, chegou a repreendê-lo severamente, retirando-lhe a licença para atender confissões durante quinze dias. Mas, tendo o purpurado falecido repentinamente, o papa Paulo IV, chamado a julgar o caso, não só absolveu São Felipe como recomendou-se às suas orações.
Um dos principais discípulos de São Felipe foi o Venerável Cesare Barônio, depois cardeal, autor dos Annales Ecclesiastici, trabalho que marcou época na historiografia e mereceu para seu autor o título de “Pai da História Eclesiástica”.
São Felipe Néri entregou sua alma a Deus no dia 26 de maio de 1595, sendo canonizado apenas 27 anos depois, juntamente com Santo Isidro Lavrador, Santo Inácio de Loyola, São Francisco Xavier e Santa Teresa D’Ávila."
  
Oração a São Felipe Neri:


Ó Deus, que enriquecestes de maravilhosos dons da Tua graça o bem aventurado São felipe, confessor que era inflamado pela salvação das almas, concede-nos benigno que nós, verdadeiramente contritos, sejamos, por sua intercessão, livrados dos iminentes perigos da alma e do corpo e mereçamos chegar à Eterna Vida. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.

(Com aprovação Eclesiástica) 

sexta-feira, 13 de maio de 2011

As ameaças ao gênero humano - roguemos à Virgem de Fátima!

Ainda crianças, durante as primeiras aulas de Ciências, aprendemos um dos conceitos mais básicos da natureza: o ciclo da vida. Ouvir que “os seres vivos nascem, crescem, se reproduzem e morrem” parece-nos, depois de tanto tempo, algo muito óbvio. De fato o é, mas essa postura tão certa diante dessa afirmação não é mais unânime. Agora, até as leis tentam nos empurrar goela a baixo o que é claramente antinatural...

De forma mais evidente do que nunca, o desenvolvimento humano está ameaçado. Todos os processos naturais sofrem hoje o risco de serem alterados ou interrompidos bruscamente. Assim, a defesa do aborto surge para impedir o nascimento, os métodos contraceptivos e a exaltação do vício homossexual visam impossibilitar a reprodução humana e a permissão para a prática da eutanásia faz da morte uma decisão humana, não natural.

Além disso, de modo mais sutil e, por isso, nem sempre tão fácil de perceber, as fases do crescimento do indivíduo, sua infância e juventude, sofrem distorções terríveis para que as referidas inversões de valores sejam aceitas e praticadas desde cedo. Para isso, a mídia contribui enormemente, seja com a intensa publicidade que transforma os pequenos em monstrinhos ávidos por bens materiais, seja pela programação “infantil” que é transmitida pelas emissoras de televisão – desenhos animados com personagens agressivos e com um linguajar detestável, apresentadoras mal vestidas, filmes com simbologias anticristãs implícitas, ou pela baixíssima qualidade musical e moral dos artistas lançados pelas indústrias fonográficas.

Que tempos tristes vivemos! Tempos em que a inocência, o decoro, a educação e a pureza tornaram-se motivo de piadas, e não virtudes a serem praticadas. Como é triste ver que tantas almas, desde cedo, caminham para o abismo da infelicidade, para o vazio do mundo. E, o pior, com o patrocínio de quem deveria elevar essas crianças e jovens.

Vendo então todas essas ameaças ao gênero humano, torna-se mais do que nunca necessária a devoção à Santíssima Virgem. Em especial hoje, recorramos a Nossa Senhora de Fátima, que nos alertou tão seriamente da necessidade de oração e penitência para a salvação das almas em meio a tantas ofensas a Deus. Rezemos a ela com todo fervor pelas intenções da Cruzada de Terços e pelo triunfo do seu Imaculado Coração!
  
 O vosso adversário, o diabo, anda em derredor como um leão que ruge, procurando a quem devorar. Resisti-lhe firmes na fé .” ( I Pe 4,8-9)



Inversão de valores
  

 Muitas caras e bocas pra quem tem só 12 anos


 Combinação de imodéstia com desleixo


X

 Menina brincando e vestida como menina



 A delicadeza e a modéstia próprias das moças