sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Ídolos

Eu não deveria estar escrevendo aqui, pois tenho muitos afazeres da faculdade para terminar neste final de semestre. Mas ontem aconteceu uma coisa que me fez meditar e que não poderia deixar de registrar aqui.

A soprano Renée Fleming
Ontem à noite fui assistir a um recital de uma cantora americana que gosto muito, Renée Fleming. Ao final da apresentação, ela foi para o hall do teatro e distribuiu autógrafos, como uma verdadeira prima donna. Como é de costume, fiquei observando a reação das pessoas. Umas estavam visivelmente emocionadas, outras agitadas, outras nem tanto. Vi pessoas na fila combinando o que falariam para ela, como agiriam na frente dela. Eu mesma fiquei meio nervosa ao falar com ela, tão boa no que faz e tão importante. Todos lá estavam bem vestidos, todos tinham se preparado para aquela noite com alguém tão famoso e especial. 

 Mais tarde, já em casa, naquele momento em que você deita na cama e tudo o que você passou durante o dia começa a ser processado em sua mente, me lembrei das apresentações nos teatros no século XIX. As grandes disputas entre atrizes e seus seguidores, como a entre lagruístas e chartonistas (respectivamente, admiradores da soprano italiana Emília La Grua e da mezzo francesa Anne Charton). Depois, lembrei dos fãs de hoje em dia, aficionados por atrizes, atores, cantores, personagens de livros, esportes e até zumbis... Enfim, pensei durante um bom tempo sobre a reação humana diante do objeto de admiração, muitas vezes de gosto extremamente questionável...

Anne Charton e Emília La Grua
Mas não é isso que eu quero destacar. O que me chamou a atenção foi outra coisa. Comecei a pensar que todos esses ídolos, sejam eles pessoas, zumbis, animais ou livros, são coisas do mundo, portanto passageiras. Mas mesmo assim, muitos se devotam a isso com uma determinação que não é vista para outros assuntos. Entre eles, o mais importante, o das coisas do Alto. Sim, as pessoas se preparam para estar diante de um ídolo, vestem-se bem, demonstram adoração, mas para coisas ou pessoas. Criaturas que um dia voltarão a ser pó. Enquanto, muitas vezes, ignoram que o Criador de todo o Universo é o único que merece tanta atenção. Não é que respeitar uma pessoa por um bom trabalho ou admirar uma obra bem feita seja algo errado. É óbvio que não. O problema é o exagero, temperado por uma emoção desenfreada, que cega a inteligência. Aquele fanatismo doentio e irracional.  


E como ficamos diante de Deus? Será que dou a Ele minha adoração e gratidão diariamente? Por que vou vestida à missa da mesma forma que me visto no dia a dia? Porque não me arrumar e ficar o mais digna possível para ir ao encontro do meu Senhor? Será que preparo bem minha alma para recebê-lo no Santíssimo Sacramento? Estou consciente da importância infinita do sacramento que recebo?  Será que minha postura é adequada diante do Rei dos reis? 

Vejamos o quão maravilhoso é o amor de Deus para conosco. Embora pobres pecadores, Ele está presente em todos os sacrários do mundo, esperando nossa visita. Ele se dá inteiramente a nós em cada Missa, o Santo Sacrifício, com toda Sua importância, grandeza e esplendor. Enquanto os astros desse mundo demoram meses ou anos para fazerem shows perto de nós, Nosso Senhor quis estar junto de nós diariamente. Ele quer que sejamos íntimos Dele, que O conheçamos para que O amemos e assim salvemos nossas almas. Não é magnífico tudo isso? Como não adorá-Lo? Como poder esquecê-Lo? Como substituí-Lo por criaturas, por objetos efêmeros e negligenciar a vida Eterna ao lado do Amor dos amores?

Salve Maria!

Irmãs Franciscanas da Adoração Perpétua, EUA

Irmãs Servas do Espírito Santo da Adoração Perpétua, EUA

Irmãs Clarissas da Adoração Perpétua, Irlanda



terça-feira, 6 de novembro de 2012

Casulo





Tecendo sonhos, abrigo-me em meu casulo
Aguardo a metamorfose.
Tempo vem, tempo vai
E eu fico.
Preparo, reparo...e espero.

Cíntia