Sábado passado, dia 13, fui à segunda Peregrinação da Tradição a Aparecida. Novamente (veja a do ano passado) caminhamos alguns quilômetros pela estrada para professar publicamente nossa fé e honrar Maria Santíssima. Em especial, neste ano, nossos sacrifícios e orações voltaram-se à mensagem de Fátima e ao pedido de consagração da Rússia ao Imaculado Coração de Maria.
No fim do dia, já em Aparecida, uma missa solene foi celebrada. E, no rico sermão, o padre deixou clara a necessidade primeira da conversão da Roma modernista, para que assim pudesse ocorrer a conversão da Rússia.
É triste chegar à conclusão de que Roma deixou de ser a Roma que sempre foi, que já não é mais a mesma. E isso é muito grave, pois a influência da romanidade na liturgia, na espiritualidade e na teologia católica é incontestável. Logo, se Roma está doente, toda Igreja adoece. Porém, ao invés de cisma, essa afirmação mostra o amor necessário do católico à Roma, ao Papa, e à Igreja de sempre.
Não se deve, pelo fato de existir enfermos ao nosso redor, na Igreja, pela autoridade estar enferma, dizer que esta autoridade já não exista. Apesar de estar enferma, precisamente por isso, temos que tentar mostrar o remédio, e tentar fazer algum bem. Esta foi a atitude daqueles que, na Igreja, ao longo da história, resistiram a Roma, ao Papa, aos bispos, às heresias que se sucederam na Igreja, que se difundiram na Igreja, através da Igreja. (...)Queremos professar nossa fé. Queremos agir de tal forma, que a gente se prepare para receber a graça do batismo ou da abjuração de seus erros. Por isso vou a Roma. (...)Então diz-se: “Vossa Excelência não deveria ir a Roma. Não deveria ir a Roma porque não são nada, e portanto, não tem que visitá-los”. Mas, o que é isto? “Não são nada. Nada”. É inimaginável! Não. Em todo caso, não é o espírito dessa casa. Não é o espírito da Fraternidade.
Assim, nestes tempos de crise, nós católicos somos obrigados a guardar a romanidade de sempre da Igreja, sem cismas, mas não aceitando novas doutrinas. Isso é amar a Deus, é amar Sua Igreja, é amar o Santo Padre.
Nas notas complementares de seu último livro, A Vida Espiritual segundo São Tomás de Aquino, Dom Lefebvre explica também "a escolha providencial de Roma como cátedra de Pedro e os benefícios dessa escolha para o corpo místico de N. S. Jesus Cristo". Segundo ele, é inegável o fato da influência romana na Igreja ser providencial. Em Sua sabedoria infinita, Deus preparou Roma para se tornar a cátedra de Pedro e o centro de irradiação do Evangelho.
A Romanidade não é uma palavra vã. A língua latina é um exemplo importante. Ela levou a expressão da fé e do culto católico até os confins do mundo. E os povos convertidos eram firmes em, nessa língua, cantar sua fé, símbolo real da unidade da fé católica. Os cismas e as heresias começaram frequentemente por uma ruptura com a Romanidade, ruptura com a liturgia romana, com o latim, com a teologia dos Padres e dos teólogos latinos e romanos.
É esta força da fé católica, enraizada na Romanidade, que a Maçonaria quis fazer desaparecer ocupando os Estados Pontificais e encerrando a Roma católica na cidade do Vaticano. Esta ocupação de Roma pelos maçons, permitiu a infiltração do modernismo na Igreja e a destruição da Roma católica pelos clérigos e os Papas modernistas, que se apressaram em destruir todo vestígio de Romanidade: a língua latina, a liturgia romana.
(...) tenhamos gosto em examinar como os caminhos da Providência e da Sabedoria divina passam por Roma e concluiremos que não se pode ser católico sem ser romano. Isto se aplica também aos católicos que não têm a língua latina nem a liturgia romana; se permanecem católicos é porque permanecem romanos.(...) Também nós devemos guardar esta Tradição romana querida por Nosso Senhor, como Ele quis que nós tivéssemos Maria Santíssima por Mãe.
Assim, apesar de todo o contexto desolador em que vivemos, não podemos deixar de rezar pela Santa Igreja, pelo Santo Padre e por Roma, para que sejam verdadeiramente fiéis à Sagrada Doutrina transmitida por Nosso Senhor. Como leigos, essa não é somente nossa única ação possível, mas é também nosso dever. E, em meio aos horrores que vivemos em nosso país, como a proliferação das seitas protestantes e da legalização da união civil de pessoas do mesmo sexo, depositemos também nossas súplicas pelo Brasil a Nossa Senhora Aparecida, para que nosso país reencontre sua alma católica.
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