sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Detalhes



As pequenas coisas às vezes nos dizem muito mais do que as grandes. Santa Teresinha, a santinha que almejou sempre ser pequenina,  nos ensina isso em sua Pequena Trilha, chamando-nos a atenção para os pequenos sacrifícios diários, que não nos trazem tentações de orgulho e que serão recompensados por Deus, que tudo vê. 






As sutilezas e os detalhes, sejam nos objetos ou nos gestos, mesmo parecendo imperceptíveis, podem fazer toda a diferença...











  




  





















"No fim tu hás de ver que as coisas mais leves são as únicas
que o vento não conseguiu levar:
um estribilho antigo
um carinho no momento preciso
o folhear de um livro de poemas
o cheiro que tinha um dia o próprio vento..."
Mário Quintana

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Para fazer agora: Brigadeiro de colher

Para me reconfortar por estar na minha última semana de férias e para fazer um agrado para meu irmão, fiz agora à tarde um brigadeiro de colher. Rápido, fácil e simplesmente perfeito para aquelas horas que dá vontade de comer chocolate e não tem nem um bombomzinho em casa...


Ingredientes: 

  • 1 colher de sopa de margarina
  • 1 lata de leite condensado
  • 4 colheres de chocolate em pó ("do padre") 
  • 1 lata de creme de leite (sem soro)
  • granulado para enfeitar 

Leve ao fogo uma panela com a margarina, o leite condensado e o chocolate, mexendo bem até engrossar e desgrudar da panela. Desligue o fogo e adicione o creme de leite, misturando bem (se formarem pelotinhas, dê uma passada com o mixer para a mistura ficar uniforme). Despeje o conteúdo em uma vasilha e enfeite com o granulado por cima. Leve à geladeira até o brigadeiro ganhar maior consistência. Depois disso, é só aproveitar! 

Você pode optar pelo método mais selvagem e caseiro (e, na minha opinião, o mais gostoso), de pegar uma colher e atacar o doce, ou colocá-lo em copinhos e servi-los bonitinhos com uma colherzinha e confeitos (bom para as festas de aniversário em que você não está com muita vontade de enrolar docinho...). Uma versão mais "light", para aliviar a culpa do doce, é acrescentar a ele frutas, como morangos, rodelas de banana ou uvas.

Uma delíciaaaa! 

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A Universidade e seu papel na (de)formação do indivíduo

Com muita esperança, fiz na semana passada minha matrícula na faculdade. Com as ideias mais bem orientadas e um pouquinho mais madura, sinto-me mais segura quanto minha nova opção de curso: Letras. Entretanto, é de incomodar, e muito, o ambiente que me aguarda na faculdade. Por estar agora completamente na área de humanas, terei contato iminente com ideologias completamente contrárias à Verdade e até mesmo à razão. Vivemos a época do politicamente correto, do liberalismo geral, do prazer egoísta ao extremo. As leis naturais são consideradas antigas ou preconceituosas. A moral mudou, assim como se fosse uma roupa da moda.

Quanta diferença podemos encontrar entre as primeiras universidades, surgidas na Idade Média, e as de hoje! Aquelas, à luz da filosofia, da ordem e de ideais elevados, promoviam o avanço das diversas ciências, como a aritmética, a astronomia e a retórica, e preservavam os tesouros artísticos e intelectuais que a civilização grego-romana acumulara. O desenvolvimento desses grandes centros de cultura superior era estimulado por reis e por Papas da época, sendo que vários deles foram fundados por decretos pontifícios. Fica claro, portanto, que nas universidades medievais havia não só uma preocupação com a formação intelectual do indivíduo, como também uma preocupação com sua formação moral.
Aula em universidade medieval, séc XIII
As universidades de nosso tempo são apenas mais um exemplo de que a Idade Média não fora a "Idade das Trevas", mas sim que obscuros são os tempos atuais. Nem de longe as universidades de hoje se interessam por promover a moralidade. E isso não é exclusivo das laicas ou das infiéis, mas está presente também nas católicas que foram invadidas pelo Modernismo e pela Teologia da Libertação. As festas universitárias, as cervejadas e os happy hours são praticamente considerados como "matérias" das faculdades. Vemos uma juventude que se lança aos excessos da bebida, das drogas e da sexualidade e que trata a moral e os bons costumes como "bitolação do passado."

Até mesmo dentro da própria sala de aula é possível identificar um ambiente deformador do indivíduo. Teorias revolucionárias e antinaturais, como o comunismo ou a funesta desconstrução da heteronormatividade, são transmitidas pelos professores aos alunos como soluções para a humanidade. Além disso, as salas de aula são locais em que reinam a desordem e a imodéstia. Os alunos vão para as aulas mal vestidos e não são repreendidos por isso. É comum vê-los como se estivessem em suas casas: de chinelos, bermudas e até mesmo de pijamas (sim, eu já vi!). Ou então, ver moças em seus micro shorts ou mini vestidos decotados. 
Universidade de Salamanca, fundada em 1218
 Em um local desses, toda a técnica e a ciência  adquiridas tornam-se vazias diante da imoralidade. O aluno, que deveria sair da universidade grande em intelecto e em espírito, forma-se academicamente e deforma seu caráter. Conviver com isso diariamente será um desafio, mas confio em Maria Santíssima e coloco em suas mãos meus empreendimentos nesse mundo.

Ad Majorem Dei Gloriam!

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Meu quarto, meu mundo

Quando eu entro em férias, é sempre a mesma coisa: começo a botar meu quarto a baixo e faço uma arrumação geral nele. Armários, livros, roupas, LP´s e CD´s, partituras, linhas e tecidos, brinquedos da infância, cadernos, receitas, meus escritos, minhas artes... Tudo, tudo, tudo fica de pernas pro ar. Ora, a cada seis meses a quantidade de papel que acumulo e não vou usar mais é absurda. Também, nesse período, eu já tive bastante tempo para desarrumar tudo o que organizei nas férias passadas. Logo, essa arrumação no meu quarto durante as férias é quase sempre muito necessária para o bom andamento do período seguinte.

Ignorando completamente aquelas baboseiras de feng-shui, energia e bons fluídos, o é fato que, em um ambiente organizado, nossos pensamentos se ordenam com maior facilidade e produzimos muito mais e melhor. Além do mais, reencontrar nossas coisinhas antigas, que estavam lá no fundo do armário, meio esquecidas, é também muito gostoso. Tenho desde a minha casinha de bonecas até os ingressos do primeiro concerto que assisti ao lado do Fernando. São nossos objetos, nossas lembranças, que contam nossa história e nos fazem reviver bons momentos que já passaram e sonhar com novos que virão.

O problema é quando essas coisinhas vão tomando conta do seu quarto... Começa ainda quando somos criança. Temos vários brinquedos, depois vários artigos de papelaria que vamos começando usar na escolinha. Em seguida vêm os livros, abandonamos as brochuras e chega o esperado momento de usar os "cadernos grandes de espiral". Logo, pastas e mochilas tornam-se parte da décor do quarto. Enquanto isso, dezenas de roupas vão se acumulando no armário, desde as meias que a vovó fez aos casacões de inverno que a mamãe obrigava você usar para sair no inverno, mesmo quando você não estava com frio... A verdade é que, ao sairmos da escola, nosso quarto já está abarrotado de tranqueiras, como também diz a nossa mãe...

Claro, dependendo de sua personalidade essa situação pode se agravar mais. Os chegados às Artes insistem em fazer de seus quartos ambientes que eles não são. O meu quarto NÃO é um ateliê de costura, NÃO é uma sala de música e NÃO é uma biblioteca, mas vive com tecidos espalhados, partituras perdidas e livros pelos cantos. Sem contar o espaço que a máquina de costura toma, assim como o meu teclado. A verdade é que um dia eu ainda vou fazer um firme propósito de só ter em meu quarto como móveis a minha cama, o armário e a penteadeira. Minhas outras tralhinhas vão ter que ocupar outro espaço... 

Porém, enquanto esse dia não chega, o jeito é ir ajuntando essas coisas da melhor forma possível. Não dá pra negar que é uma satisfação muito grande entrar num cômodo e encontrar todas os objetos que você mais gosta e precisa. Meu quarto tem a minha cara: meio confuso, meio arrumadinho. E todo esse mundo que cabe aqui dentro dele mostra minha história e o que eu realmente sou. 

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

"Amame, como eres!"

'O Coração de Jesus' - Pompeo Batoni

"Ama-me como és!" - Palavras alentadoras de Jesus para ti


 Conheço tua miséria, as lutas e as tribulações de tua alma, as debilidades de teu corpo, tua covardia e teus pecados, e sabendo deles te digo: "Dá-me teu coração,  ama-me como és!"

Se esperas ser um anjo para abandonar-te ao amor, não amarás jamais. Ainda se és fraco na prática do dever e da virtude, e se com frequência voltas a cair em tuas faltas e tua debilidade te consome, não te permito que não me dê teu amor. Ama-me como és!

Em cada instante e em qualquer situação em que estás, no fervor ou na solidão, na fidelidade ou na infidelidade, ama-me como és. - Eu quero o amor de teu pobre coração. Se esperas ser um anjo, não me amarás jamais.

Por acaso não poderia fazer de cada grão de areia um anjo radiante de pureza, de nobreza e de amor? Não sou eu o Onipotente? E se ao invés disso me agrada deixar aqueles maravilhosos seres no céu e preferir o pobre amor de teu coração, quem mo impede? Por acaso não sou eu o dono do meu amor?

Meu filho, deixa que te ame. Quero teu coração. Certamente eu quero, com o tempo, transformar-te, mas por hora eu te amo como és e desejo que tu faças o mesmo. Eu quero ver que do abismo de tua miséria sobe teu amor. Amo em ti também sua debilidade, amo o amor dos pobres e dos miseráveis.

Quero que desde este abismo suba continuamente, para sempre o grande grito: "Jesus, eu te amo!"

Quero unicamente o canto de teu coração. Não tenho necessidade de tua ciência nem de teus talentos. Só uma coisa me importa: "Ver-te trabalhar com amor".

Não são tuas virtudes que eu desejo. Se te as desse, sois tão fraco que alimentariam o teu amor próprio. Não te preocupes com isso. Eu podia ter te destinado para grandes coisas. Não, serás o servo inútil. Te tirarei ainda o pouco que tens, porque eu hei te criado somente para o amor.

Hoje eu estou à porta do teu coração como um mendigo - Eu que sou o rei dos reis! Bato em sua porta e espero. Apressa-te a abrir-ma. Não sofras tua miséria, porque se conhecesses perfeitamente tua miséria poderias morrer de dor.

O que me feriria o coração seria ver que tu duvidas de mim e que não tens confiança em mim. Eu quero para sempre que tu faças cada ação, ainda que mais insignificante, só por amor a mim. Conto contigo para que me dês esta alegria.

Não te preocupes porque não tens virtudes. Te darei as minhas. Quando tiver que sofrer, te darei a força. Quando me deres teu amor, eu te iluminarei mais além de tudo o que podes sonhar. Mas lembra-te: ama-me como és.

Eu te hei dado a minha mãe. Confia nela absolutamente. Faz passar tudo através de seu coração, que é tão puro. 

Não me amarias jamais se esperas ser um anjo. Digo-te isso para qualquer dúvida de teu coração.
- Vá em paz. 

 De "Ecce Mater Tua" No. 268 (Mons. Lebrun)

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

O Verão...e a (falta de) Modéstia

Nos meses de calor, os brasileiros voltam-se quase que completamente para um lugar em especial: a praia. Dotado de belezas naturais exuberantes, o Brasil tem com certeza um dos mais lindos litorais do planeta. O sol forte, a água limpa (pelo menos em sua origem), a diversidade da fauna e flora... várias são as maravilhas da Criação com a qual nossa pátria foi presenteada. Contudo, essas belezas foram sendo inundadas progressivamente pela imodéstia.

 Longe de ser um fenômeno brasileiro, o uso de roupas de banho imodestas é um fato que ocorre em todo o mundo, com algumas variações de intensidade. Ora, as praias são frequentadas por banhistas há séculos. Porém, não houve nunca modas de praia tão imodestas como as de hoje, com exceção de alguns povos primitivos ou pagãos. Assim, é impossível alguém não se perguntar o porquê de só a partir do século XX, com algumas exceções, como já foi dito anteriormente, o gênero humano se despir ao frequentar praias e outros divertimentos públicos. 

Os trajes de banho não devem ser nada mais do que roupas mais confortáveis para aliviar o calor e permitir uma maior liberdade de movimentos, sem alterar em nada a modéstia. Ou seja, nada precisa ser mais curto ou mais aberto do que uma roupa convencional. Claro, tomemos como roupa convencional as vestes modestas do dia a dia, e não as ditadas pela moda atual. 

Assim, não adianta ir à praia usando um maiô apertado, mesmo que tenha "perninhas mais compridas". O corpo estará em evidência, ferindo à dignidade pessoal e o respeito do próximo, o qual não deve ser obrigado a avistar as formas de outra pessoa e ferir seu pudor.

As determinações do Ministério do Interior de Portugal, nos anos 40 do século XX, quanto ao uso do vestuário balnear são interessantes e mostram como, na época, o Estado ainda pretendia “zelar pela moralidade pública e tomar todas as providências no sentido de evitar a corrupção dos costumes”. Segundo essa regulamentação, as senhoras eram obrigadas a vestir um fato completo com saiote fechado, composto por um calção interior de corte direito que se ajustava à perna, e a frente do fato devia cobrir a parte anterior do tronco não podendo o decote ser exagerado; os homens tinham que usar um fato inteiro, com um calção de corte direito justo à perna e com a frente do fato a cobrir a parte anterior do corpo. Não era permitido o uso de fatos que se tornassem imorais pela sua transparência ou pela excessiva elasticidade do tecido. 

Ao fim da década de 40, a revolução cultural que o mundo sofreria já se anunciava, principalmente através da música, do cinema, da literatura e da moda. O biquíni  e outras modas escandalosas surgiam e seu uso era incentivado por esses veículos de comunicação. Hoje, vivemos a intensificação desse processo revolucionário e "libertador". As praias são ambientes impossíveis de se manter a pureza. Não adianta dizer que "a maldade está nos olhos de quem a vê". As roupas imodestas, que mostram exageradamente o corpo ou acentuam sua forma, são sempre impróprias e potenciais causadoras de pecado, para quem usa tais vestes ou para quem está ao redor de quem as usa.

Resta-nos, portanto, em dias tão confusos como os de hoje, evitar frequentar as praias, os clubes, os balneários e outros locais nos quais é certo que se encontrará pessoas vestindo-se inapropriadamente. Fugir dessas situações nem sempre é fácil. Muitas vezes entramos em choque com a família ou amigos, que já estão habituados com os costumes modernos e não compreendem (ou não querem compreender) a situação. Também ficar sem a refrescância de um banho de mar ou de um mergulho de piscina pode pesar nessa decisão. Mas são sacrifícios necessários diante do atual estado da sociedade e dos seus costumes corrompidos. Além do mais, frequentar apenas piscinas particulares e ir às praias em épocas de menor movimento pode ser uma alternativa.

Tenhamos em mente as palavras do Papa Pio XII: Agora muitas meninas não veem nada de mal em seguir certos estilos desavergonhados como fazem muitas ovelhas. Seguramente se ruborizariam se tão só pudessem adivinhar as impressões que fazem e os sentimentos que evocam naqueles que as olham.”

E não nos esqueçamos também do que disse Nossa Senhora, em Fátima, à Jacinta: 
Mais almas vão ao inferno por pecados da carne que por qualquer outra razão”; “Se introduzirão certas modas que ofenderão gravemente a meu Filho”. 


E o que Jacinta nos disse: “As pessoas que servem a Deus não deveriam seguir as modas. A Igreja não tem modas; Nosso Senhor é sempre o mesmo”.


(Ao longo do post, as imagens mostram trajes de banho modestos de diversas épocas, contrastando completamente com os que vemos hoje.)