sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Meu quarto, meu mundo

Quando eu entro em férias, é sempre a mesma coisa: começo a botar meu quarto a baixo e faço uma arrumação geral nele. Armários, livros, roupas, LP´s e CD´s, partituras, linhas e tecidos, brinquedos da infância, cadernos, receitas, meus escritos, minhas artes... Tudo, tudo, tudo fica de pernas pro ar. Ora, a cada seis meses a quantidade de papel que acumulo e não vou usar mais é absurda. Também, nesse período, eu já tive bastante tempo para desarrumar tudo o que organizei nas férias passadas. Logo, essa arrumação no meu quarto durante as férias é quase sempre muito necessária para o bom andamento do período seguinte.

Ignorando completamente aquelas baboseiras de feng-shui, energia e bons fluídos, o é fato que, em um ambiente organizado, nossos pensamentos se ordenam com maior facilidade e produzimos muito mais e melhor. Além do mais, reencontrar nossas coisinhas antigas, que estavam lá no fundo do armário, meio esquecidas, é também muito gostoso. Tenho desde a minha casinha de bonecas até os ingressos do primeiro concerto que assisti ao lado do Fernando. São nossos objetos, nossas lembranças, que contam nossa história e nos fazem reviver bons momentos que já passaram e sonhar com novos que virão.

O problema é quando essas coisinhas vão tomando conta do seu quarto... Começa ainda quando somos criança. Temos vários brinquedos, depois vários artigos de papelaria que vamos começando usar na escolinha. Em seguida vêm os livros, abandonamos as brochuras e chega o esperado momento de usar os "cadernos grandes de espiral". Logo, pastas e mochilas tornam-se parte da décor do quarto. Enquanto isso, dezenas de roupas vão se acumulando no armário, desde as meias que a vovó fez aos casacões de inverno que a mamãe obrigava você usar para sair no inverno, mesmo quando você não estava com frio... A verdade é que, ao sairmos da escola, nosso quarto já está abarrotado de tranqueiras, como também diz a nossa mãe...

Claro, dependendo de sua personalidade essa situação pode se agravar mais. Os chegados às Artes insistem em fazer de seus quartos ambientes que eles não são. O meu quarto NÃO é um ateliê de costura, NÃO é uma sala de música e NÃO é uma biblioteca, mas vive com tecidos espalhados, partituras perdidas e livros pelos cantos. Sem contar o espaço que a máquina de costura toma, assim como o meu teclado. A verdade é que um dia eu ainda vou fazer um firme propósito de só ter em meu quarto como móveis a minha cama, o armário e a penteadeira. Minhas outras tralhinhas vão ter que ocupar outro espaço... 

Porém, enquanto esse dia não chega, o jeito é ir ajuntando essas coisas da melhor forma possível. Não dá pra negar que é uma satisfação muito grande entrar num cômodo e encontrar todas os objetos que você mais gosta e precisa. Meu quarto tem a minha cara: meio confuso, meio arrumadinho. E todo esse mundo que cabe aqui dentro dele mostra minha história e o que eu realmente sou. 

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