terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Ela chegou! Ebaaaa!!! / Casa da (minha) avó

Depois de alguns dias de grande espera, minha máquina de costura chegou! 
É uma Singer Facilita, idêntica à que eu usei no Senac quando fiz um curso para iniciantes.

Aiai... enfim, minha máquina

 É uma pena que eu esteja com tão pouco tempo...mas foi o suficiente para eu terminar uma saia que havia começado no curso.
Apesar de ser o modelo mais simples que existe e de algumas costuras terem ficados meio tortinhas, o zíper invisível traseiro é meu orgulho...rsrs.

Saia de tricoline, perfeita para o verão

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Ontem eu voltei do cursinho e passei o resto da tarde na minha vó. Almocei lá, dormi com ela, rezamos, conversamos, comi biscoito com café à tarde e, depois, comecei um par de sapatinhos de tricô pra nenê. Minha vó sabe tanta coisa que nem morando com ela um ano inteiro eu aprenderia tudo! Ela faz simplesmente de tudo mesmo: crochê, tricô, macramé, bordado em fita, bordados à mão, frivolité, pintura em tecido e...etc, etc, etc... Um dia eu chego lá. Mas do jeito que eu me ocupo com estudos, acho que ainda vai demorar um tempinho...

Mal posso esperar pra esse vestibular passar logo e eu passar uns bons dias de férias na casa da minha avó. Eu amo aquele lugar. Tudo muito simples, mas tudo muito aconchegante. A casa da minha avó, para mim, é sinônimo de infância feliz. A cozinha dela cheira café e é meio escura se não acendem a luz, só com os raios do sol entrando pela tela do vitrô da pia. O fogão deve ser da década de 70. O forno é meio devagar para usar, mas ainda assim preparam pizzas, pães, tomate seco e croutons. E as bocas dele, então! Preparam cada delícia...Doce de abóbora, de banana, de figo... Polenta, frango, molho de macarrão, marfufi, kibe, farofa...

O corredor e a sala estão cheios de livros! Desde pequenininha, ouvi muitas histórias da minha avó, sempre contadas com a entonação e o ritmo perfeitos. Foi com ela que aprendi a ler. Também aprendi a tabuada, as capitais, o catecismo... É uma professora nata minha avó. Mas não formada; fez apenas até a 4ª série do ensino primário. Ela lamenta por isso, mas eu sempre digo a ela que há coisas muito mais importantes para aprender que não se aprende nos livros ou nas escolas. E ela aprendeu e soube ensinar todas elas, como os valores cristãos, os bons costumes e muito, muito carinho e dedicação.

Santa Ana e Nossa Senhora Menina
Fico muito feliz por tê-la escolhido como minha madrinha de Crisma. Nada mais justo. Ela sempre, sempre, sempre rezou por nós. E me chamava a atenção para seguir no bom caminho, mesmo quando eu não queria dar ouvidos a ela. A sala tem uma bênção papal, trazida da Itália por uma irmã que cuidava de um orfanato aqui perto e as imagens do sagrado Coração junto ao Imaculado Coração de Maria. E, claro, pela casa toda há imagens de Nossa Senhora e de santos, como São Benedito, São Judas Tadeu e Santo Antônio. Ás 18hrs reza-se o ângelus e o terço. Sempre foi assim, com pequenas exceções, como um dia de médico, por exemplo.

O banheiro da casa dela também me traz recordações. Incontáveis vezes ela me deu banho lá. Também me lembro, quando aprendi a tomar banho sozinha, da minha dificuldade em lavar e pentear meu rebelde cabelo cacheado e da sua valiosa ajuda para desembaraçá-lo. Quando ela sai do banho, é uma delícia. Aquele cheirinho de sabonete, os cabelos penteados em ondas prateadas para trás... A pele dela é linda! Nunca vi uma senhora que também tenha 70 anos e tenha uma pele como a dela. Claro, alguma senhora que não tenha feito plásticas e outras maluquices...

A varanda está cheia de plantas e armários com linhas e lãs. Ela diz que Deus ainda tem que dar muitos anos de vida para ela dar um fim em todas essas coisas. Realmente, tem lã para mais de uma década naquela casa...rsrs. Mas ela está sempre ocupada, sempre com a mente ativa, apesar das dificuldades que a idade impõe ao corpo. Pela casa toda também há palavras cruzadas. São dezenas de passatempos que ela faz para aumentar o vocabulário, para escrever melhor, para distrair a cabeça...

As plantinhas da vovó são as mais variadas. Nos vasinhos há flores, folhagens com ativos terapêuticos ou apenas ornamentais e hortinhas. Também há uma pitangueira, não muito grande porque o espaço não é muito, mas que eu e meu primo subíamos para pegar frutinhas nas férias. Quanto chá eu tomei de boldo, guaco, gengibre, laranja, guiné... tudo retirado dos vasinhos plantados pela vovó. Apesar de detestar chás (considerava-os "xixi de folha" quando era criança), não tinha não querer. Ela mandava e era bom a gente obedecer. Ai quando minha vó fica brava...

É, eu amo muito minha avó e espero tê-la ainda por aqui durante muito anos. São tantos tesouros que guardo com ela e tantos outros ainda para aprender... É uma amiga muito querida, uma mãe, uma madrinha, uma professora, uma catequista. E por tudo isso, sou muito feliz e grata a Deus por tê-la como avó. 

Santa Ana, avó do Menino Jesus, rogai por nós! 

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